Reza a Lenda do Rio Lima que o arreganho das legiões de Roma imperial, imponente com seus constelados de águias, chegou um dia junto à margem sul do rio e ficou rendido, estacado, deslumbrado! No esplendor daquele visão os soldados acreditaram estar perante o Rio Lethes, o Rio do Esquecimento. Dizia-se que quem ousasse atravessar tal rio, enfeitiçado pela sua beleza, logo esqueceria a pátria, a família, o próprio nome...
Mas o chefe supremo, para provar às tropas que era destemido, atravessou as águas feiticeiras... E mal atingiu a margem direita, provou proferindo o nome de cada um dos soldados que o rio não lhe afectou a memória, convencendo-os que aquele não era o Lethes do esquecimento, embora comparável na sua beleza...
Eu bem sei que este não é o Rio do Esquecimento.... Atravesso-o todos os dias...
[Esta é uma recordação de uma outra casa, desta vez ilustrada com a tapeçaria de Almada Negreiros que querias colar lá, para me lembrares que, "esta foi uma história de soldados, de conquistadores... de guerreiros... cujo comandante Décios Junos Brutos era um homem de coragem, bravura, confiante... não se deixava abater ou influenciar pelo que os seus simples soldados diziam... e encarou o lethes... de frente... sem medos, altivo..." alguém que achavas como eu... a vida dá tantas voltas, não é?]
Sem comentários:
Enviar um comentário