quarta-feira, 14 de abril de 2010

A bolha

De tão leve e elástica a bolha sobe e desce, e incha e minga, aparece, desaparece, doi, moi, e nada. De dia para a dia a bolha cresce, empurra daqui e dali, entorta-se nas esquinas, dobra-se nas passagens, e passa. Mais, a bolha fica colorida, às vezes cinzenta de fumo, outras negra como breu. Crescem flores dentro da bolha, ervas verdes, daninhas, florzinhas, e árvores pequenas, palmeiras, mimosas, pereiras e plátanos gigantes também. Tem mar, e ar e chuva, e por vezes também vento, e relento, e alento...
Mas a bolha é biológica, é humana, tecnológica, e como tudo tem fim. Um dia a bolha rebenta, e as cores verde e magenta vão rebentar também.
Tão delicada esta bolha, precisa de mimos, risos e abraços, e espaços de ternura, regaços, e de embalo para dormir.
E bem, é assim a bolha, esta que anda e trambolha, salta, dança e rebola, mas também chora. Mas também chora...

Sem comentários: