quinta-feira, 27 de março de 2008

A verdade

A verdade é que aprecio estar sozinha. Não quero com isto dizer que aprecie a solidão, não, mas o meu espaço, independente, puro, silencioso, isso sim, dá-me prazer... Não sei partilhar independência, não suporto correntes, não gosto de justificações. Tudo isso me atrapalha. A verdade é que aprecio a liberdade. Poder escolher o que vou fazer hoje, agora ou mais depois, sem ter que avisar, justificar... A verdade é que sou absolutamente autónoma, não preciso de ninguém, movo o mundo pelas minhas próprias forças, às vezes com um ar pesado mas apenas por capricho, porque não me custa nada...
Os outros, os que me rodeiam, são importantes, claro, mas não dependo deles, basta-me saber que existem e que estão lá. Sei que mantenho a maior parte das pessoas à distância, mais cedo ou mais tarde, e isso incomoda-me, mas parece-me bem arrumado também. E nunca esqueço alguém. Mesmo que a recordação me saiba a uma lâmina no pescoço...
Mas a verdade é que não imagino fazer certas coisas sozinha, as coisas boas da vida sabem sempre melhor partilhadas... Como viajar, ouvir um disco, ver um filme, comer, dormir, sonhar... Mesmo que a companhia seja apenas uma presença constante, sem interpretação física...

A verdade é que nada disto faz sentido...

A verdade é que tenho medo da solidão e por isso teimo em ficar só.

A verdade... nada disto faz sentido...

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