Nunca pensei em suicídio. Talvez porque não tenho assim tanta coragem. Mas confesso que a paz da morte é o meu maior desejo hoje.
Está na hora de voltar a ouvir os meus velhos cd’s, ler as minhas poeirentas relíquias literárias e caminhar só!
Já chorei, já dei uma coça na tábua de engomar, já li algumas histórias antigas...
É tempo de levantar.
Amanhã é o dia 0!
quinta-feira, 23 de janeiro de 2020
A paz da morte
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Are you ok? No, not really...
Sabes aqueles dias em tudo parece uma merda? Hoje é um desses dias.
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
Brainstorm
Ultimamente tenho tido grande dificuldade em sorrir. Cada vez mais questiono a natureza humana e a pequenez das mentes dos que me rodeiam. O ambiente é hostil, quase como uma guerra psicológica que ninguém ganha, tipo guerra fria, jogo de consequência sem verdade. E eu sei bem quem tem razão... gostava de ter coragem para saltar fora desta lixeira...
Curiosamente os animais fazem-me rir, e sorrir, e desejar viver rodeada, com eles. Que merda de mundo é este que me faz preferir animais a humanos? Serei eu? Ou já ninguém sabe o que é lealdade, solidariedade, respeito, amor?
O que é que estou aqui a fazer?
domingo, 26 de novembro de 2017
domingo, 26 de março de 2017
Não sei quanto tempo depois
Não sei quanto tempo depois volto. Carinhosamente tenho saudades dos meus tempos aqui. E volto, agora, mais ou menos perdida nesta aventura Africana, neste país de opostos, onde a beleza brota em qualquer esquina e onde tudo é negro.
O destino trouxe-me cá, as vicissitudes da vida, é o que é. E gosto de cá estar.
Não é fácil, sobretudo quando a minha pessoa mais minha está bem longe, na civilizada capital Portuguesa. Sim! Civilizada! Que saudades eu tenho daquele menina senhora do seu nariz, tão casmurra como doce, tão frágil como dura... Mas vejo-a crescer. Dia após dia. Até na sensibilidade...
Luanda é mel. As pessoas ora são doces e meigas, ora são frias e arrogantes. Como tudo. Como as casas, ora palácios imperiais, ora chapas de zinco montadas ao acaso em qualquer kimbo. Como os carros, ora Ford Mustang one billion dollar, ora candongueiros azuis e brancos a cair aos bocados. Ora meninos rechonchudos de sapatinhos brancos imaculados ora cassules descalços e ranhosos a pedir pão.
É assim a vida em Angola, de opostos, de contradições. Tantas vezes me vêm as lágrimas aos olhos e tantas vezes fico enfurecida com com tamanha estupidez e arrogância.
Ainda não consegui perceber o que os mwongolés sinceramente pensam de nós. Vejo que depositam esperança em nós, mas também sinto que não somos bem vindos. Tudo parece calmo e tranquilo mas sente-se o tic tac da bomba quase a explodir. Assusta. Dá que pensar. O zum zum silencioso vai-se escutando aqui e ali, para os mais atentos. Nem sempre somos bem olhados.
Mas aqui sou feliz. E não só por que tenho emprego e gosto do que faço, mas porque tenho a sorte de estar com a outra minha pessoa tão minha que é difícil perceber como é possível duas almas encaixarem tão bem. Somos a perfeição imperfeita, o diz - mata - esfola, o que lê a mente do outro, a carne quente, o sangue a ferver, o carinho, a cumplicidade, a birra matinal respeitada, o sentir ser desejada, a gula carnal... O destino é capaz de cada coisa... Quem diria que o fedelho chato que fazia questão de melgar enquanto o que eu queria era os beijos e amassos dos mais velhos, iria ocupar este lugar na minha vida...
E pronto. Só queria melancolizar um bocadinho.
Talvez volte.
Ou não.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
Um soco no estômago
Hoje levei o maior sôco no estômago de que tenho memória!
I miss you??? Que merda é esta?
E agora? O que faço eu??
segunda-feira, 8 de junho de 2015
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Há dias assim...
Tenho, efectivamente, dias assim, cinzentos. Serão crises existenciais, constatações de uma existência passiva que preferia não ter? Afinal de contas o que é a vida? Felizes os ignorantes ou os pobres de espírito a quem os porquês da vida lhes passam ao lado. A verdade é que só me apetece chorar, ou ficar quietinha no meu canto, agarrada a uma caneca de chá quente e a um pacote de bolachas. De chocolate, de preferência.
Não estou só, eu sei, mas não consigo deixar de me sentir assim. Eu sei que com mais 2 ou 3 dias a coisa se compõe, mas raio, que puta de dor!
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Não há mais beijos assim
Estou como o meu estômago, vazia. Não consigo. Se antes o excesso ajudava, agora só me faz perceber o que realmente quero. Acho que estou a crescer.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Resta-me só um triste fado
Daquele que finge que ama
Ao desengano levo a vida
A sorte a mim já não me chama
A gente vive na mentira
Já não dá conta do que sente
Antes sozinha toda a vida
Que ter um coração que mente
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
domingo, 4 de agosto de 2013
Algures no mar
Estar longe não é a mesma coisa que ir embora. Desta vez estás longe... e foste embora.
Sinto a tua falta.
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Fica a saudade
Gosto dos teus olhos, da cara de bébé crescido.
Gosto do teu jeito meigo, dos dedos nos caracóis.
Gosto do toque da tua barba, do teu cheiro nos lençóis.
Gosto dos beijos bons, dos abracinhos e das mãos atrevidas...
Gosto da tua sinceridade tímida, do tom da tua voz, da paciência.
Gosto do teu lado selvagem.
Fica o riso da rendição. Ficam os filmes que não vimos, os banhos prolongados, a cama branca em Lisboa. Ficam os pasteis de Belém, as Sardinhas do Bairro. Ficam as primeiras noites, os pequenos almoços, o Sushi, o vinho... Fica o carinho e a cumplicidade.
Fico eu.
Fica a saudade.
S
A distância vai ajudar. Nada como o tempo para limpar a alma.
Passo a passo, um dia de cada vez.
Beijo bom...
quarta-feira, 31 de julho de 2013
Quem cala consente
Quando a culpa nos assombra, ouvir um pedido de desculpas pode tornar-se em algo muito pesado. Ter o coração na boca leva-me, nos píncaros da emoção, a falar de mais.
Hoje...
... a terra cheira a dor, o sal arde-me em todas as minhas lágrimas... Hoje morri mais um bocadinho e amanhã não quero acordar. Estou demasiado cansada para acordar.
"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."
[Antoine de Saint-Exupery]
terça-feira, 30 de julho de 2013
Como é que se pode esquecer o que só se consegue lembrar?
O que é preciso é igualar a intensidade do amor a quem se ama e a quem se perdeu. Para esquecer é preciso dar algo em troca. Os grandes esquecimentos saem sempre caros. É preciso dar tempo, dar dor, dar com a cabeça na parede, dar sangue, dar um pedacinho de carne…
E mesmo assim, mesmo magoado, mesmo sofrendo, mesmo conseguindo guardar na alma o que os braços já não conseguem agarrar, mesmo esperando, mesmo aguentando como um homem, mesmo passando os dias vestida de preto, aos soluços, dobrada sobre a areia da Nazaré, mesmo com muita paciência e muito má vontade, mesmo assim é possível que não se consiga esquecer nem um bocadinho.
Quanto mais fácil amar e lembrar alguém – uma mãe, um filho, um grande amor – mais fácil deixar de amá-lo e esquecê-lo.
Raios de sorte, ó lindeza, miséria suprema do amor. Pode esquecer-se quem nos vem à lembrança, aqueles que nos lembramos de vez em quando, com dor ou alegria, tanto faz, com tempo e paciência, aqueles que amámos com paciência, aqueles que amámos sinceramente, que partiram, que nos deixaram, vazios de mãos e cheios de saudades, esses doem-se e depois esquecem-se mais ou menos bem. E quando alguém está sempre presente?
Quando é tarde. Quando já não se aguenta mais. Quando já é tarde para voltar atrás, percebe-se que há esquecimentos tão caros que nunca se podem pagar.
Como é que se pode esquecer o que só se consegue lembrar? Aí está o sofrimento maior de todos. O luto verdadeiro. Aí está a maior das felicidades.
Intuição
Percepção rápida;
Conhecimento claro e imediato, sem utilização do raciocínio;
Predisposição especial para apreender rapidamente determinados conhecimentos;
Pressentimento;
Talvez a minha intuição não seja mais do que o resultado da interpretação da razão... Talvez eu tenha apenas aquilo que mereço.
Ponto final
A minha vida é feita de estórias, diria quase de crónicas. Curtas. Cada uma com o seu princípio, meio e fim, este quase sempre trágico e doloroso. Eu sou o ponto comum, a personagem principal, a heroína de sorriso aberto.
Ponto final, parágrafo.
Melhor, virar a página.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
O que vês por fora é exactamente o oposto de mim por dentro. Só hoje consigo chorar. Atrapalho-me nas palavras e digo o que não quero dizer. Sou eu no ponto mais frágil, mesmo antes de quebrar o vidrinho.
Prefiro levar um soco no estômago e ficar sem ar.
Oh pá, deixa-te de merdas. Dói? Dói sim, dói muito, mas só dói uma vez.
domingo, 28 de julho de 2013
sábado, 27 de julho de 2013
Sleepless
Nevava! Resmunguei porque não se serve a ceia de Natal só com bacalhau e batatas, faltavam as couves... Mas a paisagem era maravilhosa, o monte visto do lado de lá e tudo branco. Andava muita gente na rua, agasalhada com gorros e cachecóis. E máquinas fotográficas.
Ontem tremiam-me as pernas. Tanto. Que barafunda de sentimentos e emoções. O Gin acalma. Hoje dormi toda a tarde.
Quero fazer amor contigo... Quero tanto.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
segunda-feira, 22 de julho de 2013
sábado, 20 de julho de 2013
Devias chamar-te Rural
sexta-feira, 19 de julho de 2013
quinta-feira, 18 de julho de 2013
Pedaço de mim
Viajo no tempo e nos sonhos aqui perdidos. Vejo as páginas da minha vida, que vou riscando a cada desgosto. Um apaga o outro. Quando deixarei de ler este livro?
Os meus olhos serão sempre os meu olhos. Nunca deixo de sorrir, apesar do amargo que trago no ventre. Nunca deixo de chorar no intimo do meu ser, mesmo que sinta as lágrimas a secar e o coração a endurecer.. Sinto-me usada, desgastada, humilhada, como quem é o que se aparta, o que se escolhe e se deixa a um canto, mal dobrado.
Não é justo sonhar sozinho, não é justo gozar sem sentir, não é justo fugir.
Por muitas valsas que dance, por muitos fados que cante, não posso arrancar mais um pedaço de mim.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
terça-feira, 16 de julho de 2013
MEC
segunda-feira, 15 de julho de 2013
domingo, 14 de julho de 2013
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Happiness only real when shared
Esta é uma daquelas músicas que me faz sorrir e ser grata por quem sou.
quinta-feira, 11 de julho de 2013
E mais
Este blogue devia chamar-se "Os homens da minha vida", ou melhor "Os homens que vão passando pela minha vida", ou então "As minhas marcas" ou "F...! É aqui que eu grito!"
Sofrer é fodido porque o amor é fodido
Nas entrelinhas, é assim que me sinto. O meio de qualquer coisa que nunca é tudo. O limbo. A base de uma pirâmide invertida. O desassossego preenche-me. E sinto culpa pelo que não sou culpada...
Prefiro cortes radicais, daqueles em que se berra, se acusa, se grita e se desabafa. As conversinhas civilizadas, ou melhor, os silêncios civilizados e os semblantes tristes e pesados, como se a coisa fosse uma sentença de morte para o outro mas "o que posso eu fazer?" só embaciam a coisa.
Sim, é tudo uma questão de desabafo. Limpa-se a alma e siga! Em frente, ou para o lado ou na oblíqua, mas nunca para trás!
Sou uma gaja sensata, justa, não guardo rancor nem a quem me fez muito mal. Prefiro sempre acreditar que toda a gente tem boas razões para justificar as filhas das putices que fazem, os erros que cometem e as punhaladas que me dão pelas costas. Tenho a mania de tentar perceber que trauma de infância poderá ter desencadeado tais atitudes. Às vezes até as pedrinhas da calçada me ajudam a passar por cima. E varro, completamente, todo o gelo que o meu coração vai gerando, de tal forma que esqueço por completo o que me fizeram....
E no fim, a única companhia que tenho é a dos meus queridos e fieis gatos. E é por isso que nenhum homem me fará desistir dos meus patudos. E num "eu ou os gatos" ai garanto que ficam os gatos!
Estou farta de ser a Madre Teresa de Calcutá.
Quanto a ti, meu querido, para além do que já te disse e que estava entalado na garganta, só desejo que sejas feliz, mas de preferência bem longe de mim, para não me magoar mais.
Lamento muito. Já era capaz de te dizer que te amo. E olha que não é tarefa fácil...
quarta-feira, 10 de julho de 2013
quinta-feira, 4 de julho de 2013
descerrar os dentes
Ok, eu sei, sou orgulhosa, mas ficar à espera e à espera e à espera de algo que eu sei que não vai acontecer....... faz-me mal. Ponto. E de quem é a culpa? Ora bem, lá está. É apenas e só minha! BURRA!
quarta-feira, 3 de julho de 2013
terça-feira, 2 de julho de 2013
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Dias
Há dias em que o ser humano me desilude completamente. A cegueira surda de algumas pessoas é o caminho mais curto para a injustiça.
Tenho tanta vontade de pegar numa mochila e ir viver o meu sonho...
sábado, 22 de junho de 2013
12 anos... e flores.
Há precisamente 12 anos, por esta hora, estava a chorar baba e ranho porque o meu ramo tinha flores cor de rosa... Aquilo que mais insisti com a florista foi que não queria flores no meu ramo! Quase me deu uma coisinha má. Felizmente a minha querida tia tem mão para a coisa e fez desaparecer o raio das flores. Ficou lindo! Eu também!
Arrependida? Não! É percurso de vida, fez-me crescer, aprender. Ensinou-me a ter respeito pelo ser humano, sobretudo por aquele que em certa altura da minha vida foi tudo para mim. Enganei-me? Não foi um engano, foi mesmo a vida.
De flores? Gosto, mas a crescer no campo ou nos jardins. Não em ramos onde já estão mortas. E que fique bem claro: Não quero flores no meu funeral! Melhor, não quero funeral.
terça-feira, 18 de junho de 2013
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Deambulações oblíquas
Penso de mais? Sim, penso.
domingo, 16 de junho de 2013
In a nostalgic mood
Such is the way of the world
You can never know
Just where to put all your faith
And how will it grow
Gonna rise up
Burning back holes in dark memories
Gonna rise up
Turning mistakes into gold
Such is the passage of time
Too fast to fold
And suddenly swallowed by signs
Low and behold
Gonna rise up
Find my direction magnetically
Gonna rise up
Throw down my ace in the hole
sexta-feira, 24 de maio de 2013
domingo, 28 de abril de 2013
sábado, 20 de abril de 2013
Intuição
Revelar esta parte de mim é muito mais do que um voto de confiança. Como em qualquer acto de fé, a dúvida existe...
Maldita intuição.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Gosto de ti
«Escrevo, ela escreveu, que a memória é frágil e o trânsito de uma vida é muito breve e sucede tudo tão depressa que não conseguimos ver a relação entre os acontecimentos, não podemos medir a consequência dos actos, acreditamos na ficção do tempo, no presente, no passado e no futuro, mas também pode ser que tudo aconteça simultaneamente...»
sábado, 26 de janeiro de 2013
Porque volto aqui?
Porque me sinto...
E porque no meio da confusão, de repente, tudo parou e por segundos reinou o silêncio e senti o aconchego de um abraço... Fugiu-me um beijo, mesmo sem toque...
E não se vira as costas a coisas assim.
Sinto quase sempre as músicas que amo, transpondo-as para o meu Universo. Este é um triste fado, que ouço agora a sorrir.
Daquele que finge que ama
Ao desengano levo a vida
A sorte a mim já não me chama
Vida tão só
Vida tão estranha
Meu coração tão maltratado
Já nem chorar
Me traz consolo
Resta-me só um triste fado
A gente vive na mentira
Já não dá conta do que sente
Antes sozinha toda a vida
Que ter um coração que mente
Vida tão só
Vida tão estranha
Meu coração tão maltratado
Já nem chorar
Me traz consolo
Resta-me só um triste fado
domingo, 14 de outubro de 2012
Chuva
É assim que me sinto hoje, com saudade. Saudade das lembranças que doem e das que fazem sorrir.
Chuva
As coisas vulgares que há na vida, não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história da história da gente
E outras de quem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
À saudade que trago
Aquelas que tive contigo
E acabei por perder
Há dias que marcam a alma
E a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste
Não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha já eu percorrera
Meu choro de moça perdida
Gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidades
E eis que ela bate no vidro
trazendo a saudade...
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Fui viajar
Algures no País Basco, absorvida pela leitura que me escolheu para estas férias, uma pena (não sei bem de quê) caiu sobre as páginas do meu livro. Guardei-a entre as páginas. Também reparei que na primeira página estava escrito pela letra da minha mãe "Susaninha", e voei.
A Susaninha era uma prima, poucos meses mais nova do que eu. Era porque já não é, porque se foi tragicamente por vontade própria. Porque teria lido o "Onze Minutos"? Terá sido importante para ela? Este "lado" meu seria também dela?...
Mas a Susaninha não é assunto que me apeteça abordar agora. Nunca a percebi bem, não éramos próximas, apesar de ter uma adoração especial pela mãe dela, minha tia, claro. Mas este também não é o meu assunto de hoje.
Onze Minutos, Paulo Coelho.
Aqueles homens, tão poderosos e arrogantes nos seus trabalhos, lidando constantemente com empregados, clientes, fornecedores, preconceitos, segredos, falsas atitudes, hipocrisia, medo, opressão, terminavam o dia numa boîte, e não se importavam de pagar 350 francos suiços para deixarem de ser eles mesmos durante a noite.
"Durante a noite? Ora, Maria, estás a exagerar. Na verdade, são 45 minutos, e mesmo assim, se descontarmos tirar a roupa, fazer algum falso carinho, conversar alguma coisa óbvia, vestir a roupa, reduziremos esse tempo para ONZE MINUTOS de sexo propriamente dito"
Onze minutos. O mundo girava em torno de algo que demorava apenas onze minutos.
Confesso que rasguei um sorriso sarcástico quando li isto. Talvez devesse ficar triste por constatar a veracidade da coisa, mas achei piada. Normalmente acho piada a estas coisas. Será presunção?
Fui marcando algumas páginas com pequenas dobras, "porque dobras as páginas se tens um marcador", perguntava ele... Não expliquei. Não me dei ao trabalho.
Do Diário de Maria, num dia em que estava menstruada e não podia trabalhar:
Se eu tivesse de contar hoje a minha vida a alguém, poderia fazê-lo de tal maneira que me achariam uma mulher independente, corajosa e feliz. Nada disso: estou proibida de mencionar a única palavra que é muito mais importante do que os onze minutos - amor.
Durante toda a minha vida, entendi o amor como uma espécie de escravidão consentida. É mentira: a liberdade só existe quando ele está presente. Quem se entrega totalmente, quem se sente livre, ama plenamente.
E quem ama plenamente, sente-se livre.
Por causa disso, apesar de tudo o que posso viver, fazer, descobrir, nada faz sentido. Espero que este tempo passe depressa, para que eu possa voltar à busca de mim mesma - sob a forma de um homem que entenda, que não me faça sofrer.
Mas que disparate é este de que falo? No amor, ninguém pode magoar ninguém; cada um de nós é responsável por aquilo que sente, e não podemos culpar o outro por isso.
Já me senti ferida quando perdi os homens por que me apaixonei. Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém.
Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem a possuir.
Ah, o Guggenheim é um daqueles lugares onde se deve ir com a companhia certa. Como Paris. Ou como qualquer outro lugar....
domingo, 9 de setembro de 2012
Ao norte
Os sentidos ao rubro. No meio da confusão, de repente, tudo parou. Por segundos reinou o silêncio e senti o aconchego de um abraço... Fugiu-me um beijo, mesmo sem toque...
De volta à confusão. Acenderam-se novamente os sentidos num esgotamento cerebral.
Melhor bater o pé e fingir que é tudo normal.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Nunca vi deixar alguém assim
Você me livrou do preconceito de partir
Agora me sinto feliz aqui
Vivo tranqüilo, a liberdade é quem me faz carinho
No meu caminho não tem pedras, nem espinhos
Eu durmo sereno e acordo com o canto dos passarinhos
Estar Só
Se estou só, quero não estar,
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero
sempre estar
Da maneira que não estou.
Ser feliz é ser aquele.
E
aquele não é feliz,
Porque pensa dentro dele
E não dentro do que eu
quis.
A gente faz o que quer
Daquilo que não é nada,
Mas falha se o
não fizer,
Fica perdido na estrada.
Fernado Pessoa
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Teoria do Cipralex
Esta preciosa droga faz com que eu não tenha emoções. Ou seja, venha o que vier e eu não sinto NADA!
Mau? Sei lá o que é mau...
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Urbano
hoje tive um daqueles dias em que, só o meu esforço em tentar não me deixar cair, me fez continuar com um sorriso nos lábios.
Detesto que me troquem as voltas. Não sou muito de planear as coisas com muito tempo de antecedência, mas chateia-me a falta de respeito e consideração de algumas pessoas, que nos trocam as voltas da vida como se não fossemos seres humanos com família e vida própria.
Enfim...
O fim do dia não foi melhor, mais uma vez engoli o orgulho e desculpei. A velha máxima... Será que valer a pena? É isto que eu quero para mim? Não merecerei mais?
Enfim...
Mas já no meu leito de semi-descanso, quando o sono tarda em chegar pela inquietude da alma, eis que o telefone toca. O Urbano. O meu grande amigo. Lindo, Solto. A rir de me ouvir e a espicaçar o meu mais profundo eu... É especial, és a coincidência mais certa da minha vida, a pessoa que eu precisava conhecer. Ter-te presente, mesmo que longe, é um enorme privilégio.
Sim, porque não umas breves férias em Lagos?
Até já, meu amigo!
terça-feira, 3 de julho de 2012
Sei lá
Como que assim, sentada e de ombros caídos, sem vontade de mexer ou de pensar. Sei lá. Nem sei se quero saber. Não sei. A vida há-de dar-me um sinal.
Tenho um cigarro enrolado e não tenho isqueiro... Deve ser um sinal...
segunda-feira, 25 de junho de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
terça-feira, 1 de maio de 2012
segunda-feira, 9 de abril de 2012
A verdade é que nada mudou...
A verdade é que aprecio estar sozinha. Não quero com isto dizer que aprecie a solidão, não, mas o meu espaço, independente, puro, silencioso, isso sim, dá-me prazer... Não sei partilhar independência, não suporto correntes, não gosto de justificações. Tudo isso me atrapalha. A verdade é que aprecio a liberdade. Poder escolher o que vou fazer hoje, agora ou mais depois, sem ter que avisar, justificar... A verdade é que sou absolutamente autónoma, não preciso de ninguém, movo o mundo pelas minhas próprias forças, às vezes com um ar pesado mas apenas por capricho, porque não me custa nada...
Os outros, os que me rodeiam, são importantes, claro, mas não dependo deles, basta-me saber que existem e que estão lá. Sei que mantenho a maior parte das pessoas à distância, mais cedo ou mais tarde, e isso incomoda-me, mas parece-me bem arrumado também. E nunca esqueço alguém. Mesmo que a recordação me saiba a uma lâmina no pescoço...
Mas a verdade é que não imagino fazer certas coisas sozinha, as coisas boas da vida sabem sempre melhor partilhadas... Como viajar, ouvir um disco, ver um filme, comer, dormir, sonhar... Mesmo que a companhia seja apenas uma presença constante, sem interpretação física...
A verdade é que nada disto faz sentido...
A verdade é que tenho medo da solidão e por isso teimo em ficar só.
A verdade... nada disto faz sentido...
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Cleaning Cipralex
Irritam-me as pessoas monótonas, que dizem todos os dias as mesmas coisas, e eu quase que lhes adivinho as palavras. E não consigo evitar, irrito-me, sem paciência...
Irritam-me as pessoas básicas, que têm a mania que são mais e diferentes dos outros, só porque ouvem uma musiqueta barulhenta, saída das garagens dos pressupostos talentos! Bah!
Irritam-me pessoas mimadas, que não admitem uma chamada de atenção, ou melhor, uma critica construtiva. Erram, não admitem, odeiam que alguém lhes diga que fizeram mal, e amanhã cometem exactamente o mesmo erro... Irrita.
Irrita-me o "Aparências". O que diz sim sim a tudo e não vê bolha de quase nada...
Irritam-me os estatutos.
Irritam-me as pessoas indignas do salário que ganham.
Irritam-me caloteiros e desculpas de maus pagadores.
Irrita-me não ver o que é mais do que óbvio.
Hoje tudo me irrita e estou a fazer um esforço descomunal para não chatear ninguém.
O que me apetece? Resmungar! Com todos os que me irritam. Não o faço, devia fazer.
sexta-feira, 30 de março de 2012
Vida
Ouvir Win Wertens ainda me provoca uma nostalgia meio dolorosa, mas é tão bonito que é como que ser masoquista.
Há dores que são boas de sentir, mostram vida...